24 de janeiro de 2011

Passagem

Eis que, andando pelo interior de Montenegro, RS, encontro esta bela passagem para outra dimensão:
Fotografia: Passagem - Rica Retamal - 2011

É muito legal essa história de HDR!

21 de janeiro de 2011

Vício

Muitas pessoas tem vícios. Alguns são perigosos, prejudiciais, mortais, outros, um pouco mais leves.
Eu, por exemplo, sou um viciado.
Demorei muito para admitir isso e escrevo estas palavras com um pouco de timidez por assumir assim abertamente meu "problema", mas como agora resolvi encarar, e acho que essa é uma boa maneira de encarar a situação, sigo adiante com meu relato destinado ao meu inconciente, na busca de alguma ajuda, de entendimento, quem sabe até de aprovação.
Começou quando eu ainda era jovem, recém chegado do interior e deslumbrado com a grandiosidade nem tão grande assim da capital. Logo de cara fui apresentado a algumas alternativas para driblar, ou até mesmo ajudar nesta insana vida corrida que eu começava a fazer parte e como que num passe de mágicas, aquilo começou a fazer parte da minha rotina. Não percebi que aquilo poderia tornar-se um vício, mas continuava buscando cada vez mais. Queria consumir de lugares diferentes, em lugares diferentes, quanto maior o espaço e maior a variedade, mais eu ficava fascinado. As horas passavam sem que eu percebesse, as vezes saía do trabalho e quando percebia já era quase madrugada. Assustei-me quando percebi  que estava inserindo meu vício nos pequenos intervalos do meu dia. Bastava uma brecha no horário que lá estava eu, perambulando, perdido no tempo e no espaço .
Foi numa dessas brechas que me dei conta de que estava viciado em caminhar pelos supermercados. Não mercadinhos, mercearias e vendas de bairro, mas os grandes, os hipermercados. Tenho 2 entre meus favoritos. Neles me sinto bem, a vontade. Cada corredor com seu charme, sua beleza. A forma, as cores e até maneira com que os produtos são colocados nas prateleiras é arte pura.
No corredor da ferragem, sei decor o preço de todos os produtos, mesmo sem nunca ter comprado nada ali, sei o que cada tipo de ração animal diz que faz e continuo comprando sempre a mesma para o meu gato, lembro de todos os potes, panelas, copos, pratos e talheres a venda, confiro a data de validade de itens que nunca comprarei, leio detalhes do rótulo, de todos os produtos que não conheço e vou ao delírio em corredores coloridos, seja ele o das massas, produtos de limpeza, guloseimas ou bebidas.
Cada vez que entro, é difícil saír, pois existe sempre um produto que eu ainda não conheço ou não consegui ver algum detalhe. Mas eu volto, quase que diariamente.
Ainda bem que não gasto muito, pois gosto muito mais de olhar do que de comprar. Não sou pão duro, apenas sou um viciado econômico! Agora me da licença que preciso dar uma passadinha ali no supermercado.

7 de janeiro de 2011

Cão Sem Dono

O sol forte castiga num daqueles dias em que se implora para que tudo fique cinza e com ar de melancolia. Os passos curtos e sem destino vão dando o ritmo e montando a melodia de um dramático tango castelhano que insiste em soar mentalmente, incessantemente, enquanto ao redor o mundo todo conversa irradiando a maior alegria. Perdido, com o rabo entre as pernas, só resta continuar vagando, de lixo em lixo, de poste em poste, como um cão sem dono, sem saber que pode correr livre por não ter quem conduza sua imaginária guia.

4 de janeiro de 2011

Ano novo, Vida Nova

Ano novo, vida nova, sonhos novos, desafios novos,... Pura bobagem!
Mudou apenas um número lá no final quando se escreve a data, a vida continua a mesma, os sonhos são os de sempre (que eu vou aos poucos realizando), e os desafios são os mesmos (e são muitos).
Gosto muito da minha vida, não quero uma nova. É obvio que as coisas poderiam ser mais fáceis, tipo ganhar na mega-sena acumulada, e também é obvio que espero que o tempo que vem pela frente seja ótimo, de grandes realizações e felicidades, mas não vou deixar meus sonhos vinculados a um número no calendário. Acho que já deu para perceber que a meia-noite passou e tudo continuou igual, né?
A vida, os sonhos e os desafios são vivos e estão presentes o tempo todo, resta apenas tentar fazer com que tudo seja o mais agradável possível, diariamente.
Não existe poupança de sorrisos, aplicações de carinhos, nem fundos de investimentos de declarações de amor. O negócio é gastar tudo que se tem disponível sempre, pois diferentemente do dinheiro, quanto mais se gasta estes "itens", mais se tem pra gastar. Até dá para usá-los amanhã, mas acredite, não serão mais os mesmos de hoje.
Então, feliz hoje pra nós! Vamos se lembrar sempre de que sempre é hoje, e celebrar!