30 de setembro de 2008

Sorte grande

Acordou empolgado, abraçou, beijou, encheu ela de carinho.
Estava atrasado para o trabalho, mas se atrasar um pouco mais por causa de uma boa transa seria um excelente motivo.
Foi completamente ignorado...
Cabisbaixo, vestiu-se como quem veste uma armadura para mais um dia de guerra. Lavou o rosto, escovou os dentes, tirou um tatu seco do nariz, peidou e sorriu.
Estava quase saindo de casa quando ela se levantou. Cruzaram-se na porta do banheiro... teve que se esquivar para que os dois passassem ao mesmo tempo pelo estreito marco da porta, ele saindo, ela entrando. Nenhuma palavra foi dita.
Seus olhares cruzaram outra vez no corredor que leva para a porta da frente. Mais uma vez nenhuma palavra foi dita.
Saiu de casa pensativo, queria entender o que havia acontecido, mas chegou na esquina e já estava pensando no que faria com todo aquele dinheiro do prêmio acumulado da loteria que iria ganhar no próximo sorteio...
Fingiu trabalhar por mais de 8 horas.
Caminhando de volta para casa pensou em como se acertar com ela.
Pensou por um tempo, mas logo lembrou do prêmio da loteria e imaginou que dentro de alguns dias naquele mesmo momento, ele poderia estar em um possante conversível. Sorriu novamente.
Ao entrar em casa foi cruelmente fuzilado pelos olhos dela. Era sua vez de ir ao mercado, mas como ele voltou de conversível, acabou esquecendo das compras da semana.
Um festival de palavras foi o que se viu. O clima ficou quente, mas eles se acertaram, afinal de contas, apesar dos pesares eles ainda se amavam!
Imediatamente veio em sua mente uma cena de sexo ardente para comemorar a reconciliação e assim partiu pra cima.
Com a sutileza de um elefante e a frieza de um iceberg ela se esquivou, alegou um mal estar qualquer que ele fingiu entender, mas sentia uma faca atravessada em seu peito.
Voltou a pensar no prêmio que iria ganhar, um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, virou para o lado e dormiu no cantinho da cama.
Os dias vão passando e ele continua indo e voltando do trabalho a pé...
As vezes ainda sonha com a sorte grande...

Outros Olhos

Não quero ser só seu amigo
Tampouco alguém que se chame de irmão
Quero que me olhe e sintas desejo
Que sejas por meus braços envolvida
E fique com tuas pernas amolecidas
Enquanto brinco em teu corpo
Passeando entre beijos e mordidas
Deslizando suavemente os dedos
Provocando com palavras
No ritmo da nossa respiração
Quero te sentir completamente entregue
De olhos fechados, alegre
Deixando regras e medos pelo chão
Quero contigo fazer diferente
A cada dia, a cada hora
Seguindo sempre
No limite da nossa imaginação

25 de setembro de 2008

Máxima da Amélie

"Quando o dedo mostra o céu, o imbecil olha para o dedo!"
Frase do fantástico filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain"

Politicagem

Vendo Horário Eleitoral Gratuito, me deparei com uma candidata a prefeitura da minha cidade apelando para o fato de ser do mesmo partido do Sr. Excelentíssimo Ilustríssimo Presidente, e por isso merecedora dos votos do povo, já que assim, teria "privilégios" na obtenção de recursos para realizar todas as coisas propostas em seu plano de governo.
É lamentável que argumentos assim possam ser usados sem a mínima repercussão por um candidato. E eu que sempre achei que o Presidente do Brasil, presidia todo o pais igualmente...
Pelo menos deveria pregar isso pra parecer mais "certinho"....
Diz que tem um candidato a prefeito de uma cidade do interior que esta usando um vídeo do próprio Presidente alegando isso em sua campanha... não vi o tal vídeo, mas amigos já viram.
Não to aqui fazendo campanha, nem defendendo este ou aquele candidato, nem gosto de falar de política aqui no blog... esse não é o foco deste espaço.
Só queria que as pessoas se indignassem como eu me indigno com esse tipo de coisa lamentável que virou "normal" depois de anos e anos, mandatos e mandatos de escândalos, corrupção, etc...
Sei que este é um fato pequeno e talvez até pouco significativo, mas a política do nosso pais esta cheio de fatos "pequenos"... todos os dias.
Alguém ai vê a luz no fim do túnel??? Eu, infelizmente, não...

23 de setembro de 2008

Meu sol

Finalmente tomei coragem para fazer minha primeira tatuagem.
Decidi que queria fazer, uns 4 ou 5 anos atrás, mas não sabia qual fazer.
Encontrei o "desenho" que queria, uns 2 ou 3 anos atrás, mas não tinha coragem suficiente.
Agora que já tinha a vontade e o desenho, chegou a coragem e eu me atirei. Esta feito!
A tatuagem é um símbolo egípcio que representa o Sol, a fusão de tudo, a união de elementos geradora de energia, de força.
O local escolhido foi a perna esquerda na parte de trás da panturrilha (do lado da perna seria muito comum...).
Abaixo a imagem do Sol Egípcio que encontrei a 2 ou 3 anos atrás:
Agora tatuado na minha pele:
Dizem que depois de fazer a primeira, só vai... :P

20 de setembro de 2008

Máxima da Atitude

"A vida é 10% como a vivemos e 90% como a escolhemos."
Retirado do livro "A Escolha é Sua", de John C. Maxwell

19 de setembro de 2008

Do outro lado da lente

Com uma lente
Enxergo aquilo que quero tanto tocar.
Em algumas cenas sinto-me flutuar
Querer ir de encontro à miragem
Sentir, ouvir, pegar...
Com uma lente
Chego mais perto daquilo que não é palpável
Mas está lá
Perto e distante
Em frente e do outro lado.
Meu.

Esse veio de presente e tive que publicar...
É a perfeita descrição do real sendo barrado pelo virtual...

15 de setembro de 2008

Amanhecer

Raiou o dia...

Com seu brilho intenso que contagia

Aquecendo aos poucos a pele fria

Revelando finalmente

Os sorrisos que a noite escondia

11 de setembro de 2008

Inimigo Íntimo

Meu maior inimigo certamente sou eu mesmo

Eu e meu grande, imenso ego

Que me impede muitas vezes de ir além

Ele fica me rondando, perseguindo

Carregando várias fotos consigo

Numa espécie bizarra de mural

Estas fotos são de fatos ocorridos

Fantasmas do passado

Que não soube superar...

Quando esqueço por instantes

E rumo novamente na mesma direção

Ele flutua na minha frente

Esfregando na minha cara as lembranças do passado

Me arremessa de volta para onde eu estava

No mesmo canto escuro sem saber a direção

E sai todo orgulhoso

Com um sorriso tenebroso

De quem cumpriu sua missão

10 de setembro de 2008

Tempo Fechado



O dia virou noite

A noite engoliu o dia

Pois tudo se iluminava

Somente quando tu sorria

Dois Mundos

Entre a minha boca e a tua
Há dois mundos diferentes
Aquele em que me desejas
E o outro em que me cerra os dentes

Estes dois mundos convivem
Em eterno e imenso conflito
As vezes faz-se carinho
Outras solta-se os bichos

Isso aumenta as diferenças
Complica o dia a dia
E faz eu gostar por vezes
Da minha cama vazia

8 de setembro de 2008

Livro Aberto

Faz assim...
Faz bem ao meu ego
Faz bem pra mim
Chega de repente
Com cara de inocente
Esfrega teu corpo assim...
Explora meu corpo
Se mostra
Se entrega, enfim...
Sem restrições, sem censuras
Como um livro aberto
Que não faço questão de ler o começo
Apenas o que tu quiser me mostrar
Pois entro na tua história somente agora
E nem sabemos onde isso vai chegar...

2 de setembro de 2008

Jantar Romântico

Velas queimam lentamente sobre a mesa

Enquanto o vinho prepara, sutilmente, a sorridente sobremesa.

Revendo Bilac

Ora, dizes ouvir estrelas...

Certo que perdeste o senso!

Como ouvi-las, mesmo amando

Se a poluição e a claridade da grande cidade

Não deixa, nem ao menos vê-las?

Sobre escrever...

Não são raras as vezes que me perguntam sobre as coisas que escrevo.

Já me disseram que escrevo sobre sentimentos tão intensos e profundos que pensam ser a mais pura realidade do meu dia a dia. Que as vezes sofro muito e as vezes estou apaixonado demais.

Então eu pergunto: Porque um poema deve refletir 100% da realidade?

A vida já não é séria demais ao ponto de não podermos fantasiar nem mesmo em nosso pensamento?

Gosto de escrever sobre detalhes pequenos que vejo durante o dia, coisas simples que normalmente passariam desapercebidas, como uma conversa que escuto sem querer, um olhar que percebo, um sorriso, um rosto bonito que cruza o meu caminho, uma música que toca no rádio, um texto que leio em algum lugar, um desejo reprimido ou um simples pensamento perdido que cruza minha mente... Seja qual for a fonte da inspiração, eu moldo ela conforme me da vontade.

Isso não significa que eu já não escrevi por estar triste demais, ou feliz demais...

Significa apenas que os poemas que escrevo nem sempre são reflexos do meu dia. Pode ser uma coisa que aconteceu comigo ou com qualquer pessoa, a um minuto, ou a anos atrás.

Nem sempre existe um alvo para o poema... Mas isto também não significa que as vezes eles não tenham destino.

Toda graça que eu vejo em escrever, esta na liberdade de poder brincar com a realidade, mudando tanto para mais feia, quanto para mais bela, conforme me da vontade, conforme meu humor.

Misturar a fantasia com a realidade em uma coisa que é comum a todo mundo: Os sentimentos.

Ou vai dizer que és imune a essas coisas?

1 de setembro de 2008

Algo mais

Partiu sem olhar para trás

Levou consigo o meu desejo

E quem sabe algo mais


Brincou com os meus medos

Riu das minhas palavras

E sussurrando ao meu ouvido

Disse coisas depravadas


Esfregou seu perfume em minha pele

Bebeu, dançou, gargalhou

Usou e abusou

Depois, sem mais nem menos, sumiu


Partiu sem olhar para trás

Levou consigo o meu desejo

E certamente algo mais...