29 de agosto de 2012

Delírio do Cotidiano apresenta: Os Miseráveis (Poeta Sérgio Vaz)




Os Miseráveis - Sérgio Vaz

Vítor nasceu… no Jardim das Margaridas.
Erva daninha, nunca teve primavera.
Cresceu sem pai, sem mãe, sem norte, sem seta.
Pés no chão, nunca teve bicicleta.
Já Hugo não nasceu, estreou.
Pele branquinha, nunca teve inverno.
Tinha pai, tinha mãe, caderno e fada madrinha.
Vítor virou ladrão, Hugo salafrário.
Um roubava pro pão, o outro pra reforçar o salário.
Um usava capuz, o outro gravata.
Um roubava na luz, o outro em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro, o outro de negócio.
Um não tinha amigo: parceiro, o outro, tinha sócio.
Retrato falado, Vítor tinha a cara na notícia,
Enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece penitente, o da caneta enriquece impunemente.
A um, só resta virar crente, o outro, é candidato a presidente.

Para ver mais sobre o "Vira-lata da literatura" acesse seu blog (http://www.colecionadordepedras1.blogspot.com/) ou siga pelo twitter (http://twitter.com/poetasergiovaz).
Vale muito acompanhar o trabalho desse cara!

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