5 de novembro de 2007

Minha turma

A correria do dia-a-dia na cidade grande vai fazendo com que a gente cada vez tenha menos contato humano.
Saio de casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade, da faculdade para casa dormir e amanhã acordar e fazer tudo novamente.
Passo o dia inteiro rodeado de pessoas, mas existe uma impessoalidade nestas relações que não tem como mudar.
Então chega um feriado, e com ele a oportunidade ir para a casa dos meus pais, onde cresci, me diverti e ainda me divirto muito.
Lembro que passava todas as minhas horas vagas, e elas são muitas quando a gente é criança, jogando futebol, basquete, pingue-pongue, botão , pebolim (fla-flu para alguns, mas o certo seria GRE-nal, pois era o time azul contra o vermelho), andando de bicicleta ou fazendo piqueniques com minha mãe e irmãos.
Eu vivia no pátio de casa, muitas vezes com meus irmãos, outras rodeado de amigos ou sozinho com minha imaginação.
Disputava finais de copa do mundo e fazia o gol do título, ou sempre fazia a cesta que decidia a NBA nos últimos segundos antes de zerar o cronômetro, e comemorava muito correndo, gritando e vibrando.
Hoje está la em casa está o meu irmão mais novo, fazendo as mesmas coisas que eu fazia a alguns anos atrás. Hoje ele tem computador, internet, Playstation e tudo mais, mas a vida no interior é outra coisa, e minha mãe ainda tem muita energia de sobra. Ela era e ainda é a responsável pelas atividades físicas intensas daquela casa. Com uma disposição de dar inveja a muita gente nova por ai, está sempre inventando uma brincadeira nova, um passeio de bicicleta, dando sugestões de como te deixar cansado de tanto brincar e o mais incrível, está sempre desafiando ou disposta a aceitar um desafio no pingue-pongue. Sim, lá em casa não é "tênis de mesa" não, é pingue-pongue mesmo...
Ninguém fica parado naquele pátio, e assim se passa o feriado, família reunida, muita conversa, muita risada, muita diversão e com o chimarrão sempre passando de mão em mão. O meu irmãozinho cada vez maior e mais malandro (daqui a pouco já vai estar indo pra boates), a minha mãe sempre com sua disposição inesgotável e suas comidas deliciosas que não param de surgir (enquanto joga uma partida de pingue-pongue, assa uma delicia no forno), o meu pai, companheiro inseparável da mãe, assiste a tudo, se diverte com as disputas e ajuda sempre a manter a ordem e as mesas, cestas e bolas sempre bem cuidadas, meu irmão mais velho, que sempre foi meu companheiro de pátio quando eu era o pequeno da casa, continua o mesmo parceiro de sempre, agora com dois irmãos menores (eu sou menor só de idade agora...) pra brincar, minha cunhada boa de basquete e de pingue-pongue, a minha irmã, que não estava nesse feriado, mas está sempre em todos os outros, enfim, a familia inteira reunida e feliz, com muito contato humano pra recarregar as baterias.
Tenho muito orgulho da minha familia, da criação que tivemos, do ambiente onde vivemos, onde todos se respeitam e são mais que pais e irmãos, são amigos, os melhores amigos uns dos outros.
Para mim, ainda não inventaram nada melhor que um dia em casa com toda familia reunida.
As tardes de confraternização são o ponto alto do feriadão. As partidas de botão, os discos de vinil antigos tocando para animar o ambiente, a reunião para assistir aos jogos do Grêmio pela TV, as disputas de pingue-pongue, basquete, dribles de futebol, o café da tarde, bolachinhas feitas na hora, tortas, cucas, carapinha, chimarrão, cerveja e tudo mais que der vontade.
Festas em boates as vezes são boas, mas a maior festa de todas, sem duvida nenhuma é a que acontece no pátio da minha casa.
A minha familia é minha turma!

2 comentários:

A Outra disse...

lindo texto!
linda declaração!
linda turma!
nem precisa perguntar como foi o feriado, entao.
bjs!
boa semana!

Anônimo disse...

Rica
Muito lindo!
Só tu mesmo para conseguir relatar as coisas como elas são!!!!
Realmente não existe lugar melhor para se passar um feriado!
Denise