No final de semana que passou, estava em Rosário conversando com meus pais sobre a situação em que se encontra o nosso pobre pais. Eles me contaram histórias do tempo de juventude, onde os jovens respiravam política. Nas escolas e faculdades, os Grêmios estudantis fervilhavam de pessoas discutindo idéias de como fazer um pais mais justo. Nos bares o assunto era o mesmo.
Uma geração inteira vivendo intensamente a política.
Então veio o golpe militar, onde falar, fazer ou simplesmente pensar política era um crime cuja sentença muitas vezes era a morte. E para escapar da morte, o jovem sufocou suas idéias.
Durante longos anos ela esteve ali... sufocada, quase extinta.
Agora, que falar, fazer ou pensar política já não é crime, os jovens em sua grande maioria já não sabem mais o que é isso.
Foram as ruas de caras pintadas porque a TV mandou. Coisas muito piores aconteceram depois e ninguem se moveu.
Ninguém fala sobre política na escola... a maioria delas nem Grêmio Estudantil tem. Na minha faculdade o Grêmio Estudantil pensa apenas em interesses próprios e obscuros. Nos bares o tom da conversa já não é o mesmo.
Estamos diante de uma geração apolitica. Uma geração que acha que politica não é coisa para ser conversada ou discutida.
Talvez os jovens não queiram mais saber, ou simplesmente perderam a fé.
Então me pergunto:
Quem vão ser os politicos da próxima geração?
Quem vai desafiar o sistema?
Quem vai se dar conta de que as coisas estão erradas por aqui e tentar mudar?
Sempre achei que isto era uma tarefa dos jovens.
Queria um pais justo, sem negociatas, sem mensalão, sem caixa 2, sem rombo na previdência, onde o governo forneça assistência médica digna e estudo ao seu povo e que cada cidadão viva com dignidade com o dinheiro ganho pelo seu trabalho no dia-a-dia.
Não concordo com a esquerda nem com a direita, se bem que isso nem existe mais no Brasil depois do Lulla... Apenas queria que os políticos lutassem por ideais, e não em favor próprio.
Queria que senadores e depudatos ganhassem salários aceitáveis e trabalhassem ao menos de segunda a sexta como qualquer outro trabalhador brasileiro.
Queria que funcionários de alto escalão não pudessem aumentar os próprios salarios quando da vontade.
Queria que as verbas publicas fossem respeitadas e que o orçamento fosse controlado como faz um pai de familia que sobrevive com seus 5 filhos com um salário minimo.
Queria que os políticos se importassem com o futuro do povo, e não apenas com as próximas eleições
Queria que não precisasse existir movimentos populares, mas se por algum motivo eles existissem, que não fossem usados como arma política nem tivessem baderneiros misturados.
Queria viver em um lugar onde todos pudessem andar na rua a qualquer hora, sem o medo de não voltar mais pra casa.
Queria viver em um lugar mais justo, sem psicopatas de terno roubando a merenda de crianças que passam fome.
Queria que a justiça funcionasse para todos igualmente, acabando com o pior crime de todos, a impunidade.
Queria muitas coisas... Mas tentar sozinho é impossível.
Será que só eu quero isso?
Obs 01: Desculpem a generalização do termo "jovem".
Obs 02: Temos que cuidar muito para que não tenhamos o mesmo destino de alguns jovens de antigamente, que lutavam por justiça e hoje ditam as regras desse caos em que nos encontramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário